A equipe de pesquisadores do Projeto Fadigômetro, estudo que tem à frente ABRAPAC, ASAGOL e ATL, com a participação da USP (Instituto de Biociências, Faculdade de Saúde Pública e Instituto de Física) e do ITA, acaba de publicar na plataforma arXiv um novo artigo científico em versão Preprint com recomendações de segurança para as escalas de trabalho dos tripulantes da aviação civil brasileira.
Foram investigadas as relações entre carga de trabalho, fadiga e sonolência por meio da análise de escalas de voo e respostas ao questionário enviado aos tripulantes, utilizando o banco de dados do Fadigômetro.
A abordagem incluiu marcadores temporais coincidentes com as respostas das escalas Samn-Perelli (SP) e Karolinska Sleepiness Scale (KSS), onde os resultados do modelo SAFTE-FAST foram calculados.
Os estudos do Fadigômetro desempenham um papel crucial não apenas na segurança dos tripulantes, mas também na proteção de todos os usuários do transporte aéreo, que diariamente confiam na aviação para suas viagens. As recomendações científicas extraídas desses estudos visam minimizar os riscos de fadiga, garantindo assim um ambiente de voo mais seguro para todos a bordo.
Veja a seguir os principais apontamentos e recomendações de segurança do estudo.
Apontamentos:
Aumento da percepção de fadiga e sonolência durante a madrugada (0h00 a 05h59).
Subestimação das percepções de fadiga e sonolência durante a noite (18h00 a 23h59) pelo modelo SAFTE-FAST.
Percepções de sonolência na escala KSS se ajustam bem ao risco relativo de erros dos pilotos medidos em uma grande empresa brasileira através da análise dos dados do Flight Data Monitoring, sendo um bom indicador para avaliação de riscos.
Recomendações:
Jornada de trabalho: Limitar a 44 horas em cada intervalo de 168 horas, exceto para programações que envolvam voos internacionais de longo curso.
Etapas de voo: Limitar a 15 o número de etapas em cada intervalo de 168 horas.
Limitar a 19 o somatório das etapas de voo e dos períodos de tempo em solo acima de uma hora em cada intervalo de 168 horas.
As análises feitas pelos pesquisadores também indicaram que as recomendações acima, uma vez implementadas, trarão melhorias significativas para as escalas de trabalho do ponto de vista da segurança de voo, com impacto mínimo na produtividade.
Este mais novo artigo científico do Fadigômetro foi encaminhado pelas associações ABRAPAC, ASAGOL e ATL e pelos pesquisadores participantes à ANAC, para ser anexado à Consulta Pública de revisão do RBAC 117.
Para ver os indicadores e análises completas do estudo, clique aqui.
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