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Comandante Grazioli: o início da ASAGOL

O primeiro presidente da Associação dos Aeronautas da GOL (ASAGOL) conta como foram os primeiros passos da instituição

 

O começo


No dia 15 de julho de 2003, a ASAGOL finalmente iniciava suas atividades! As primeiras conversas para a criação da associação partiram de um pequeno grupo de tripulantes, oriundos de já extintas e saudosas empresas aéreas brasileiras.


Esses tripulantes deram o ponta pé inicial à associação, que teve como seu primeiro presidente o Cmte. Eduardo Costa Grazioli e como vice-presidente o Cmte. Claumir Rogério.

 

Entrevista completa com o Cmte Grazioli


Conte um pouco sobre sua história profissional.


R: Minha vida profissional começou em 1979, quando entrei na VASP, como copiloto. Já em em 1984, fui promovido a comandante com o 737-200; depois fui para o 737-300; DC-8 e após aquele problema na VASP, quando devolveram o DC-10 e DC-8, eu voltei para o 737. E no final de 1991, eu fui para o MD-11 e fiquei até acabar o MD-11, em 2000.

Qual sua relação com o nascimento da ASAGOL?


R: Depois que a GOL começou a voar, a gente sentiu a necessidade de ter um local onde pudéssemos dar algum amparo para os tripulantes, porque a GOL não tinha nada, não tinha seguro, não tinha nenhum amparo... Então, a gente reuniu o Schenkel, o Claumir, o Denis teve participação também, o Adjalmo e o Dantas para fundar a associação. E foi onde nasceu a ASAGOL. Eu fui o primeiro presidente, fiquei nesse cargo por praticamente 10 anos.

A gente sentiu a necessidade de ter um local onde pudéssemos dar algum amparo para os tripulantes

Qual era o objetivo, o intuito, com a criação da associação?


R: Era ter exatamente um lugar onde o tripulante tivesse algum apoio, que era o seguro de perda de carteira, o seguro de morte... Pudesse ter benefícios.

Sem se meter em política, porque a ideia sempre foi essa.

Nunca ter essa parte de política, deixar essa parte para o sindicato resolver. Sempre também cooperando com o sindicato. Mas ser mais voltado mesmo para o benefício do tripulante. Essa que foi a ideia do nascimento da associação.

Fale um pouco das principais dificuldades nesse início.


R: A primeira é a que toda associação sofre: o dono da empresa não quer saber de você. A diretoria, a chefia, todo mundo me chamou lá e falou: "Poooh, Grazioli, vai começar a associação, vai começar briga, arrumar encrenca...". Não, a ideia não é bater de frente com a empresa nunca. A ideia nossa de associação sempre foi estar no mesmo barco, remando para o mesmo lado e assoprando a vela ainda. Então, era vender para o tripulante que a ideia é essa e é o gancho principal da associação.

Acredito que até hoje, apesar de já ter acontecido outras coisas, a ideia principal é dar exatamente um suporte financeiro na hora que o "cara" mais precisa.

Tanto é que o melhor plano de saúde que tem até hoje aí foi a gente que conseguiu. E é o que mantém todo mundo e dá um apoio para quando o cara parar, continuar tendo esse plano... A ideia sempre foi essa aí. Pessoal que veio depois da gente fez algumas melhorias, modificou, aumentou caixa... Mas manteve a ideia de sempre dar benefício para o tripulante e que é o principal da associação hoje: Auxílio Mútuo (PIT/PPCM) e plano de saúde. E eles ampliaram bastante os benefícios, abriram o horizonte para outras coisas, estreitaram mais o relacionamento com a empresa. Porque a gente nunca quis, nas minhas gestões, falar muito com a empresa porque a ideia não era essa. Mas, o pessoal é mais novo, tem outra cabeça, e melhorou esse relacionamento. A ideia sempre foi essa: manter um relacionamento legal com a empresa, um canal de comunicação, e existia um "gap" entre os tripulantes e a direção da empresa. Acho que o pessoal que veio depois de mim estreitou melhor esse "gap" e manteve uma relação melhor.

Onde foi a primeira sede?


R: A primeira sede foi exatamente aí onde você está. A gente alugou as salas que eram do sindicato. Teve uma, depois alugamos outra, veio a terceira... Depois a gente conseguiu comprar as salas, e aí o Túlio as reformou e vocês mudaram para essas salas novas aí para fazer o que realmente tem hoje na sede: deixar as portas da ASAGOL abertas. Na verdade a associação começou num boteco (risos).



Primeira reunião da ASAGOL. Na foto (esquerda para direita): Ctme. Grazioli; Sandra (secretária e 1ª funcionária); Cmte. Adjalmo; Cmte. Schenkel; Cmte. Claumir; Cmss. Rachel; Cmte. Portella; e Cmte. Rossato.

Quais foram as primeiras decisões a serem tomadas após a fundação?


R: Foi bem difícil no começo porque tanto a empresa, que queria manter certa distância, quanto muitos tripulantes também. Aconteceram vários problemas com o sindicato, de um cara pegar dinheiro do associado e sumir com tudo. Então, no começo foi bastante difícil.

A gente colocou dinheiro do nosso bolso para poder dar continuidade à associação.

Mas depois o pessoal foi vendo que tínhamos credibilidade, estávamos crescendo, até atingirmos um número mínimo para a associação subexistir. E daí para frente só vai aumentando e aumentando. Aí o pessoal veio atrás da gente com outras ideias e foi melhorando ainda mais. Eu acho que hoje é a melhor associação que tem entre todas as outras! Nunca houve problema de roubo, desvio de dinheiro... nada.

Quem foi o primeiro associado?


R: O primeiro associado fui eu, né? (risos). Eu era o número 1, mas pra fazer um agrado ao Constantino, que era o dono da empresa, nós o colocamos como número 1.


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