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Cmte. Dantas: "Nós começamos a ver a necessidade de unir mais o grupo"

Para trazer até você um pouco mais das memórias e histórias por trás da associação, conversamos com um dos seus fundadores, Cmte. Dantas. No bate-papo, ele conta como foram os primeiros passos e os principais objetivos dos tripulantes ao criarem a ASAGOL.

Ouça o podcast feito via ligação com o Cmte. Dantas, um dos fundadores da associação e o jornalista da ASAGOL, Victor Peixoto.

 

Entrevista completa com o Comandante Dantas


ASAGOL: Conte um pouco sobre sua história profissional


Cmte Dantas: Minha vida na aviação começou em 1974. Eu sempre fui cercado de aviadores pois nasci e cresci no Campo Belo, aí perto do Aeroporto de Congonhas, aonde o meu melhor amigo, até hoje inclusive, está na Gol, que é o Cmte. Grazioli, fundador da ASAGOL. Nós nos conhecemos desde garotos. O pai dele era da VASP, o outro vizinho que eu tinha, um pouco mais adiante, o pai dele também tinha sido da VASP e um tio meu era da VARIG. Então, eu cresci com toda a conversa e barulho de aviões, que na época eram todos motores de combustão interna, ou seja, de pistão. E os testes dos motores eram feitos de madrugada e de casa eu ouvia esses barulhos. Isso ficou no sangue e cresci com a ideia de poder ser piloto.


ASAGOL: Qual sua relação com o nosso nascimento?


Cmte Dantas: Na realidade, como eu sou ainda um tipo de fundador da GOL, porque hoje o meu cadastro é 22... Dia 6 de novembro agora eu completo 20 anos de GOL, aonde eu comecei a trabalhar com eles em setembro de 2000 e a partir do dia 6 de novembro houve o primeiro registro, a primeira turma a ser registrada em função de necessidade de ir a Seattle para fazer o curso do avião. Então, tinha que ter algum vínculo empregatício com a empresa que estava começando. Na época eu era da VASP, na época da associação APVASP - e também fiz parte de uma das últimas administrações dela, e nós tínhamos um receio muito grande da filosofia da associação. Nós começamos a GOL em 2001, voando né, dia 15 de janeiro, e em 2003 nós começamos a ver a necessidade de unir mais o grupo, com interesse próprio, mas fazer uma associação que não tivesse cunho político, que fosse uma associação para agregar ao grupo, para que pudéssemos trabalhar mais com a parte social e que não fosse vinculado a sindicato. Então, o Cmte. Grazioli foi quem liderou isso aí. Ele que fundou na realidade a ASAGOL. O mérito é dele, ele teve um trabalho muito grande, muito importante, muito bom. Eu fui convidado, então, por ele, para que a gente pudesse formar uma diretoria dentro do conceito inicial da ASAGOL, para que não fugisse daquilo que tínhamos medo, de ter cunho político do negócio e interferência junto à administração, que não era o que nós queríamos. E realmente foi o que está sendo feito até hoje, né. Lógico, aumentou muito, mudou depois a administração, com outra filosofia, mas a ASAGOL até hoje tem uma posição muito bem colocada perante a empresa.


ASAGOL: Qual era o objetivo, o intuito, com a criação da associação?


Cmte Dantas: Ter uma entidade representativa do grupo de voo. Só isso. O principal motivo foi esse.


ASAGOL: Fale um pouco das principais dificuldades nesse início.


Cmte Dantas: Olha, nós levamos para a diretoria a nossa ideia, com esse objetivo muito bem claro, de não ter cunho político. Quando nós jogamos esse ponto, nós fomos muito bem recebidos pelo próprio presidente na época, que era o Júnior, o dono da empresa, e pela diretoria que estava lá. Porque todos já tinham uma certa experiência com relação a atividades associativas junto com a empresa e grupo de voo, com relação a parte política, parte de interferência com algumas coisas que realmente desviaram muito o cunho da associação. Então, a nossa preocupação foi muita dessa aí. Nós tivemos um apoio total da empresa na época com o intuito de exatamente agregar o grupo, em função das diversas origens que estavam tendo na época. Então, tinham pessoas vindas da VASP, com uma filosofia, depois veio pessoal da Transbrasil, da Rio Sul, e nós quisemos fazer com que houvesse um pensamento único com relação à filosofia da empresa, com o que a empresa queria. Isso foi muito bom porque depois vieram outras empresas a agregar e isso nos ajudou muito a formar a filosofia GOL, ou seja, o que ela queria, o que ela estava pretendendo dos funcionários. Hoje nós temos o perfil GOL.


ASAGOL: De onde saíram as ideias da ASAGOL?


Cmte Dantas: Foram várias conversas de aeroporto, no cafezinho no Jaraguá, ali foi o nosso primeiro DO no Aeroporto de Congonhas. A gente se reunia ali às vezes e via a necessidade de ter um grupo representativo, alguém que representasse o grupo de voo perante a administração da empresa no aspecto de até a empresa utilizar a nossa ajuda para uma séria de atitudes ou mudanças ou políticas que iam ser implantadas pela empresa. Então, foi a ideia de fazer uma associação para que pudesse haver uma representatividade do grupo perante a empresa. Tanto para ela usar a associação como um instrumento de comunicação com o grupo, quanto também o grupo ter uma voz única para que se pudesse comentar com a empresa. Mas sempre muito mais no aspecto social do que no político.


ASAGOL: O que a ASAGOL significa para você?


Cmte Dantas: Hoje a ASAGOL está cumprindo o papel dela, que a gente sempre pretendeu na época, que é ser uma entidade representativa do grupo de voo perante a empresa. Então, hoje a ASAGOL está cumprindo o papel. Ela tem algumas atuações com a diretoria, em relação à ansiedade do grupo, com a parte de segurança, que é muito importante, ela tem atuado muito com a parte de segurança. Principalmente com essa nova legislação referente à fadiga. Ela teve um papel muito importante sobre todas essas pontuações e mudanças que ocorreram recentemente. E isso é exatamente o que nós pretendíamos lá atrás. Assim, a empresa consegue ter o grupo sempre do lado dela de acordo com as ansiedades do grupo.


"Essa representatividade é muito importante".

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