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Vários fenômenos meteorológicos são responsáveis por criar cenários de turbulência, dentre eles os mais frequentes são:
Clima Convectivo
O fator contribuinte mais comum e óbvio para o desenvolvimento de turbulência é sem dúvidas o clima convectivo em que o ar quente aquecido pela superfície da Terra sobe e causa fortes deslocamentos de ar. A convecção associada à alta umidade leva à formação de nuvens convectivas de tempestades responsáveis pelo aparecimento de turbulência em altitudes. Por esse motivo é muito importante que as tripulações de voo se antecipem no planejamento do combustível requerido para o voo, contemplando qualquer possível desvio necessário para evitar com segurança tempestades presentes na rota a ser voada. Além disso, devemos lembrar que as condições meteorológicas são sempre dinâmicas e mutáveis.
Turbulência de Céu Claro
Clear Air Turbulence (CAT) ocorre devido à diferença de velocidade das massas de ar FENÔMENOS METEOROLÓGICOS - em grandes altitudes. Turbulência severa geralmente é encontrada em altitudes superiores a 15.000 pés ao voar entre duas massas. O radar meteorológico a bordo não detecta CAT, pois geralmente não há partículas significativas de água nas massas.
Evitando CAT
Usar corretamente as previsões meteorológicas disponíveis na indústria é o principal método para prever e mitigar encontros com CAT durante um voo. PIREPS (relatos de pilotos que passaram anteriormente nas áreas afetadas) para o ATC e para o centro de controle de operações dos operadores é uma ferramenta efetiva para evitar o encontro de Clear Air Turbulence.
Ondas de montanha
As condições de vento em áreas montanhosas podem fazer com que o ar seja direcionado para cima pela face da montanha, causando um efeito de onda a favor do vento da cordilheira. Turbulência severa pode ser encontrada ao se voar através dessas ondas.
Antecipando as ondas de montanha
Ondas de montanha são previsíveis em certas áreas montanhosas quando existem condições meteorológicas específicas. É importante que os operadores informem as tripulações de voo quando as condições provavelmente causarão ondas de montanha na rota de voo planejada.
Esteira de turbulência
A diferença de pressão entre o lado superior e inferior da asa de uma aeronave cria um vórtice nas pontas das asas. Este vórtice pode causar turbulência severa e quando causado por aeronaves mais pesadas, pode provocar até mesmo perda de controle em aeronaves menores que as seguem. A assinatura típica deste vórtice de ponta de asa é uma pequena rotação crescente iniciada em uma direção oposta ao deslocamento da aeronave. Para reduzir o risco de um encontro de esteira de turbulência, a tripulação de voo deve sempre cumprir os mínimos de separação da aeronave.
Evitando Tempestades
Turbulências severas podem ser encontradas nas proximidades de uma nuvem cumulonimbus. Como regra geral, as células de tempestade devem ser evitadas por 20 NM lateralmente e de preferência contra o vento para evitar o risco de se encontrar granizo. Uma célula de tempestade não deve ser sobrevoada por menos de 5000 pés de separação. É sempre preferível evitar uma célula de tempestade lateralmente, voando ao redor dela pois pode haver turbulência bem acima do topo visível de um cumulonimbus, especialmente quando seu topo está acima de 25.000 pés devido ao forte potencial de turbulência.
A COMUNICAÇÃO EFICIENTE ENTRE O COCKPIT E A CABINE É A CHAVE
A coordenação e comunicação eficientes entre a tripulação de voo e a tripulação de cabine são essenciais para gerenciar a turbulência com segurança. Isso permite que a tripulação de cabine desempenhe as funções apropriadas para gerenciar efetivamente a cabine durante uma situação de turbulência.
Em situações de turbulência imprevista, a tripulação de voo deve ativar o sinal de cinto de segurança e fazer um anúncio à cabine solicitando aos passageiros e tripulação que coloquem os cintos de segurança imediatamente usando o PA. Após o encontro de turbulência, é importante que a tripulação de voo sempre verifique se houve intercorrências com passageiros.
É muito importante para a segurança de voo que as tripulações relatem no diário de bordo, AQD e RTA (quando aplicável) quaisquer encontros de turbulência severa para que a manutenção realize as inspeções necessárias da aeronave antes do próximo voo.
Diretoria de Segurança Operacional da Gol Linhas Aéreas
Escrito por Pedro Gomes, Copiloto e Investigador da GOL Linhas Aéreas. Bacharel em Aviação Civil, MBA em Gestão de Aviação Civil e pós-graduando em Operações de Ensaio em Voo.
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