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Falecimento do Cmte. Murilo | Herói do Vasp 375



A ASAGOL lamenta profundamente o falecimento do Cmte. Fernando Murilo de Lima e Silva, que se tornou conhecido por ter salvado o voo Vasp 375 de um destino trágico durante um sequestro no ano de 1988.


Colega querido por muitos, o Cmte. Murilo nos deixa aos 73 anos de idade, partindo em sua última decolagem.


O sequestro


No dia 29 de setembro, o 737-300 PP-SNT, tendo como pilotos o Cmte. Murilo e o Cop. Salvador Evangelista (Vangelis), foi tomado. Também na cabine de pilotagem, de extra no jumpseat, estava o Cop. Gilberto Renhe.


O voo, que tinha origem em Cuiabá, de onde saía para Porto Velho antes de rumar para o seu destino final, no Rio de Janeiro, já estava em sua última perna (entre Confins e o Galeão), quando tiros perfuraram a porta da cabine – um deles acertando a perna do Cop. Renhe.


Era o início do sequestro, realizado por Raimundo Nonato Alves da Conceição, que logo após conseguir entrar na cabine de pilotagem ordenou que voassem para Brasília, e deu um tiro no pescoço do Cop. Vangelis. Aos 34 anos, Vangelis foi assassinado ao se abaixar para pegar o rádio e falar com o Centro Brasília.


Desfecho do voo


Ao se aproximar de Brasília, tendo o sequestrador armado em pé dentro da cabine, e o colega Vangelis sem vida no assento do copiloto, o Cmte. Murilo foi informado da intenção de Raimundo Nonato de jogar a aeronave sobre o Planalto Central.


De maneira perspicaz, mesmo com um céu praticamente CAVOK, aproou uma das poucas nuvens à vista e a colocou entre o 737 e Brasília, convencendo o sequestrador de que a cidade estava encoberta, ao que rumaram para Goiânia.


Após voarem horas a fio sobre a cidade, com o combustível acabando, um dos motores parou e o Cmte. Murilo comandou um tonneaux para tentar desarmar o sequestrador. Raimundo, no entanto, conseguiu permanecer de pé, com a arma em punho.


Foi então que, voando já a baixa altitude, o Cmte. Murilo reduziu a velocidade, cabrou o nariz e colocou o 737-300 em um parafuso. Durante a manobra o corpo do Cop. Vangelis caiu sobre o manche, e Murilo teve que colocar os pés no painel, tamanha a força que precisou fazer no manche para retirar o avião do parafuso.


Ao sair da manobra a sorte finalmente sorriu para o comandante: o nariz estava aproado com a pista de Goiânia, tendo ele, “apenas”, que “dar trem” e estender os flaps para pousar. Imediatamente após o toque, o segundo motor parou por pane seca.

O fim do sequestro se deu já na pista, em uma ação da polícia durante a qual o Cmte. Murilo ainda levou um tiro na perna, disparado por Raimundo Nonato.


Homenagem


Nos estendemos hoje para além de uma nota de pesar por acreditarmos que é fundamental mantermos a memória não apenas dos fatos, mas principalmente das pessoas, que, com extrema bravura, realizam feitos extraordinários em prol da vida.


No dia 29 de setembro de 1988 o Cmte. Murilo foi uma dessas pessoas, e seus atos salvaram a vida de 104 das 105 pessoas a bordo do voo Vasp 375.


Ainda assim, é um fato pouco lembrado, até mesmo desconhecido de muitos, o que nos deixa tristes pela falta de reconhecimento a verdadeiros heróis, como o Cmte. Murilo.


Fica aqui o nosso muito obrigado ao Cmte. Murilo, por sua carreira, por todos os ensinamentos passados, e por ter sido mais do que um piloto, um anjo da guarda para todos os seus passageiros naquele triste dia em 1988. Graças a ele, muitas histórias puderam continuar.


Nossa lembrança também ao Cop. Vangelis, que teve sua vida encerrada de maneira prematura, sem qualquer chance de defesa.


A eles, nossa homenagem. Que suas memórias possam permanecer sempre vivas em nossas mentes.


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