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Dissertação de Mestrado Aborda Gestão da Fadiga de Aeronautas Brasileiros

  • Foto do escritor: ASAGOL
    ASAGOL
  • há 5 dias
  • 2 min de leitura
Cabine de pilotagem do Boeing 777 e texto destacando estudo que fala sobre fadiga entre aeronautas.

O mestrando Eduardo Pena Pessini defendeu recentemente sua dissertação de mestrado intitulada "Recomendações do Projeto Fadigômetro com base em escalas reais de trabalho e na adaptação do modelo SAFTE-FAST aos hábitos de sono e rotinas dos aeronautas brasileiros sob o RBAC 117".

 

Realizado sob orientação do Cmte. Tulio Rodrigues, porta-voz do Projeto Fadigômetro, o trabalho busca contribuir com a segurança operacional na aviação brasileira, especialmente no combate à fadiga e sonolência dos profissionais, e será publicado em sua íntegra na biblioteca do ITA até o final de setembro.

 

A pesquisa utilizou uma robusta base de dados do Projeto Fadigômetro, composta por 1.264 escalas reais de trabalho coletadas em 2023 e 585 respondentes do questionários do Fadigômetro. O estudo propõe a adaptação do modelo biomatemático SAFTE-FAST considerando as particularidades dos hábitos de sono dos aeronautas brasileiros, incluindo variáveis como qualidade do sono em casa versus hotel, tempo de deslocamento, cochilo pré-jornada e antecipação do horário de dormir.

 

Os resultados revelaram dados interessantes: a qualidade do sono em hotéis equivale a cerca de 71% em relação ao sono em casa, 46% dos aeronautas relataram que não adotam o cochilo pré-jornada e 39% não costumam antecipar o horário de sono para voos começando muito cedo pela manhã.

 

Considerando-se esses três parâmetros, constatou-se nas escalas de janeiro de 2023 que o risco relativo de fadiga acumulada elevada:

 

  • Aumenta cerca de quatro vezes quando comparada a qualidade de sono excelente com a qualidade de sono em hotéis, considerada boa.

  • Aumenta cerca de três vezes quando não se considera o cochilo pré-jornada.

  • Aumenta cerca de duas vezes quando não se antecipa o horário de sono para voos começando muito cedo pela manhã.

 

Com base nesses achados, a dissertação propõe cinco recomendações estratégicas:

 

  • Adaptação contínua do modelo SAFTE-FAST à realidade brasileira com treinamento adequado das equipes responsáveis.

  • Desenvolvimento de escalas que reduzam inícios de jornada muito cedo (06h–08h) e minimizem trabalho durante a madrugada (02h–06h).

  • Incentivo à combinação de boa qualidade do sono, cochilo pré-jornada e antecipação do horário de dormir.

  • Implementação de monitoramento constante da fadiga com feedback frequente e relatos voluntários.

  • Integração de princípios da cronobiologia no planejamento de escalas para reduzir exposição às fases críticas do ciclo circadiano.

 

O Projeto Fadigômetro, fruto de uma importante parceria entre as associações ABRAPAC, ASAGOL e ATL, com o Instituto de Física, Instituto de Biociências e Faculdade de Saúde Pública da USP, e também com o ITA, ganha ainda mais relevância com esses achados científicos.

 

A dissertação não apenas valida a importância de considerar as particularidades dos aeronautas brasileiros, mas também oferece ferramentas práticas para empresas aéreas aprimorarem suas políticas de gestão de fadiga.

 

Além disso, reforça a importância da ANAC pautar-se em estudos científicos e nas particularidades da operação no Brasil ao definir as bases para o arcabouço regulatório, contribuindo assim para um ambiente de trabalho mais seguro na aviação nacional.

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