Em um importante marco para a pesquisa científica no setor aeronáutico brasileiro, o projeto Fadigômetro recebeu na quarta-feira (30/11) o aprovação e apoio do Comitê Nacional de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CNPAA), sob a direção do CENIPA.
A posição do Comitê chancela o estudo como importante fonte de informações para o desenvolvimento da segurança de voo no país, e a equipe do Fadigômetro espera, com isso, ver a consolidação da pesquisa como referência para os estudos técnicos voltados à implementação de escalas de voo otimizadas, eficientes e seguras.
O apoio do CNPAA também será importante para estimular a adesão contínua e crescente dos aeronautas à pesquisa, que já ultrapassou a marca de 2,6 milhões de horas de jornada e mais de 26 mil escalas processadas.
Fadigômetro e revisão do RBAC 117
No mesmo dia, foi aprovada a utilização dos ensinamentos colhidos pelo Fadigômetro no trabalho de revisão pela ANAC do RBAC 117, voltado ao gerenciamento dos riscos da fadiga na aviação.
As duas aprovações ocorrem em um momento importante, quando o Fadigômetro está prestes a iniciar a análise das escalas de 2022, ano fundamental para se entender o atual cenário das operações (pós-pandemia e com a retomada dos voos consolidada).
Resultados do Fadigômetro
Os efeitos adversos das operações na madrugada foram tópico do mais recente artigo científico elaborado pelos pesquisadores do Fadigômetro, publicado este ano.
Com dados coletados entre janeiro de 2019 e março de 2020 em uma amostra de 8476 escalas de voo da aviação regular, o estudo abordou as causas raízes da fadiga nas escalas e os pesquisadores quantificaram os efeitos adversos das madrugadas e das operações com chegadas e saídas entre 2 e 6 da manhã.
Como resultado, a análise das escalas trouxe diversas recomendações de segurança para o setor.
Agradecimentos
A equipe de pesquisadores agradece o apoio da Comissão Nacional de Fadiga Humana (CNFH), do CENIPA e da Azul Linhas Aéreas, bem como a imprescindível participação dos aeronautas, sem os quais não seria possível realizar a pesquisa.
As entidades à frente do estudo também agradecem a inestimável participação na pesquisa do Prof. Dr. André Frazão, do Instituto de Biociências da USP, da Profa. Dra. Frida Marina Fischer, da Faculdade de Saúde Pública da USP, e do Prof. Dr. Otaviano Helene, do Instituto de Física da USP.
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