A pedido das associações ABRAPAC, ASAGOL e ATL foi realizado pela ANAC na quarta-feira (13), em Brasília, o Painel sobre Desafios e Oportunidades do RBAC 117 (Gerenciamento dos Riscos da Fadiga).
Possivelmente a última oportunidade para se discutir o teor do RBAC 117 e sua adequação às particularidades da operação aérea no Brasil antes da implementação, prevista para ter início em março de 2020, o painel contou com a participação de representantes dos aeronautas (associações e sindicato), ANAC e das companhias aéreas Azul, Latam e Gol. Os seguintes tópicos foram abordados:
Limites Prescritivos do RBAC 117 e o Risco da Fadiga (ASAGOL);
Considerações Jurídicas sobre o RBAC 117 (ABRAPAC);
Propostas das Associações para o RBAC 117 e Respectivas Instruções Suplementares (ATL);
Aspectos técnicos e legais do RBAC 117 (SNA);
Atual estágio dos processos internos para implementação do RBAC 117 (Azul, Gol e Latam).
O evento também contou com intervalos para perguntas aos palestrantes, proporcionando esclarecimento e troca de conhecimento entre os presentes.
Todo o painel foi gravado pela ANAC, que se comprometeu a analisar o conteúdo e as sugestões apresentadas visando a implementação do RBAC.
Futuro do gerenciamento da fadiga no Brasil
Os pontos positivos trazidos pelo RBAC 117 para a evolução do trabalho em turnos da aviação são inegáveis, porém, ainda pairam incertezas sobre como os limites prescritivos irão se adequar às especificidades da aviação civil brasileira.
Tendo acompanhado desde o princípio a elaboração do regulamento, ABRAPAC, ASAGOL e ATL sempre ressaltaram a importância da utilização de parâmetros científicos no novo RBAC, fazendo uso de estudos e pesquisas técnicas, não se limitando a uma padronização de normas.
Previamente questionada, a ANAC confirmou não terem sido realizadas pesquisas de campo ou estudos com dados objetivos/subjetivos para a elaboração do RBAC, mas sim análises de normas de outros países.
Contribuição dos aeronautas, o projeto Fadigômetro
Cientes da importância do gerenciamento dos riscos da fadiga para o segurança de voo, os aeronautas, por meio das entidades representativas da categoria, estiveram sempre à disposição da ANAC para auxiliar na elaboração do RBAC. Nesse sentido, em diversas oportunidades ponderaram sua opinião junto ao órgão regulador, enquanto desenvolviam, em paralelo, um estudo pioneiro no mundo: o projeto Fadigômetro (conheça aqui o projeto).
A partir da compilação de dados obtidos por meio do envio sistemático de escalas de voo, o Fadigômetro é capaz de determinar os níveis de exposição dos aeronautas aos riscos da fadiga em nossa aviação, característica que faz dele uma ferramenta fundamental para avaliar os impactos da fadiga nos tripulantes, dentre elas as decorrentes de mudanças regulatórias, tais como o advento do RBAC 117.
O Fadigômetro poderá prover ao próprio órgão regulador informações que verifiquem, de maneira independente, a eficácia dos limites prescritivos estabelecidos na regulação, razão pela qual os aeronautas acreditam ser proveitosa para o Estado uma parceria com a ANAC para fomento do projeto.
Participação de todos
O gerenciamento dos riscos da fadiga é uma responsabilidade compartilhada entre órgão regulador, companhias aéreas e aeronautas, tendo os tripulantes a oportunidade de contribuir direta e indiretamente.
Faça sua parte, apoie as entidades representativas da categoria e participe do projeto Fadigômetro!
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