Membros da Comissão Nacional de Fadiga Humana (CNFH) e da equipe do Fadigômetro estiveram presentes na tarde da quinta-feira (23/06) à sede da ASAGOL.
Na ocasião, a fadiga na aviação foi tema focal em duas reuniões distintas durante o transcorrer de toda a tarde.
CNFH: Pesquisa, regulação, ações das companhias aéreas e RBAC 117
Em sua segunda reunião do ano, a primeira com participação presencial desde o início da pandemia, a CNFH deu especial atenção à regulação e às jornadas de trabalho dos aeronautas.
Começando pela psicóloga, doutoranda do programa de pós-graduação em Saúde Publica da Faculdade de Saúde Publica (FSP) da USP e especialista em regulação de aviação civil, Izabela Tissot, os membros da CNFH presentes na sede da ASAGOL e também via vídeo conferência puderam acompanhar os resultados preliminares do estudo que ela vem realizando, intitulado “Regulação e Jornadas Irregulares: o Caso dos Pilotos Brasileiros”, sob orientação da Profa. Dra. Frida Fischer, da FSP-USP.
Na sequência, foi a vez das companhias aéreas Azul e LATAM pontuarem as ações que vêm executando para mitigar os riscos da fadiga.
O Cmte. Caio Garcia, Coordenador de Fatores Humanos da Azul, apresentou o trabalho de gestão de safety que a companhia está praticando no período pós-pandemia. Como destaque, abordou os fatores que afetaram os tripulantes durante a pandemia, assim como as medidas de mitigação implantadas pela empresa.
Já a LATAM, representada pela Sra. Angélica Escabora, psicóloga na área de Fatores Humanos, abordou seu programa de gestão dos riscos da fadiga. A Sra. Angélica explicou como a empresa tem utilizado modelo biomatemático e campanhas de conscientização para gerenciar os riscos.
A gestão do risco da fadiga entre as equipes de manutenção também foi abordada pelo Sr. Milton Lima, da Comissão de Segurança de Voo da Manutenção (CSVM), que reforçou a importância de um olhar atento também para esses profissionais, questão que foi prontamente referendada pelos membros da CNFH.
Ao final das apresentações, foi deliberado e decidido que os membros da comissão irão envidar esforços para que qualquer proposta de alteração do RBAC 117 e os estudos a ele concernentes sejam centralizados na CNFH, para que passem por sua análise e permitam um posicionamento prévio quanto a eventuais futuras alterações.
Também estiveram presentes à reunião Arnaldo Luís Frank e Gledson Duo (ABRAPAC), Ten. Aguiar (CENIPA), Prof. Dr. André Frazão Helene (IB-USP), Ten. Anezi (SERIPA V), Bruno Libio (SNA), Diego Silva (AZUL), Eduardo Furlan (ASAGOL), Francisco Monteiro (ANAC), Prof. Dra. Frida Marina Fischer (FSP-USP), João Lisbôa (SNA), Larissa Corrade (GOL), Mara Pirovani (MODERN), Marina Rapuano (AZUL), Marcelo Maciel (MODERN), Oscar Miyagi (ANAC), Paulo Licati (MODERN), Raul de Souza (ABEAR) e Tulio Rodrigues (ASAGOL).
Fadigômetro
Dando sequência aos debates do dia sobre fadiga na aviação, os pesquisadores do Projeto Fadigômetro pontuaram o foco da pesquisa na retomada das análises das escalas para o ano de 2022, com ênfase na atual fase de retomada das operações aéreas pós-pandemia.
A reunião foi encerrada com a notícia de que o Fadigômetro será apresentado no SAFTE-FAST Users Meeting deste ano, evento que acontecerá na cidade de Chicago, Estados Unidos, com participação de diversas empresas aéreas, sindicatos e associações de todo o mundo, onde serão abordadas as recomendações de segurança resultantes do estudo, obtidas por meio da análise das escalas dos tripulantes da aviação civil brasileira.
Tais recomendações foram originalmente disponibilizadas em uma artigo científico elaborado pela equipe da pesquisa, e que foi submetido para um periódico de circulação internacional onde encontra-se sob análise para publicação.
Estiveram presentes à reunião do Fadigômetro o Prof. Dr. André Frazão Helene (IB-USP), Arnaldo Luis Frank (ABRAPAC), Bruno Libio (SNA), Eduardo Furlan (ASAGOL), Profa. Dra. Frida Marina Fischer (FSP-USP), João Lisbôa (SNA) e Tulio Rodrigues (ASAGOL).
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