Caro(a) Aeronauta,
Em reportagem sobre os 20 anos do acidente com o Fokker 100 da TAM em Congonhas apresentada no dia 31 de outubro pela Globo News durante o programa EstudioI, o jornalista Gabriel Prado trouxe a público uma série de informações equivocadas sobre o treinamento e a proficiência dos aeronautas brasileiros.
Citando um especialista cujo nome não foi mencionado, o jornalista questionou a capacidade dos profissionais que tripulam diariamente as aeronaves brasileiras inferindo que parte deles teria dificuldade de interpretar manuais por não saber "falar inglês", idioma no qual tais manuais são escritos, e que não saberiam fazer cálculos "das mais variadas formas", o que "eventualmente" afetaria sua capacidade de definir as quantidades de combustível necessárias para cobrir as distâncias voadas.
Por fim, o jornalista Gabriel Prado conclui dizendo que tais "gargalos" poderiam ser "aperfeiçoados" para evitar acidentes como o ocorrido com o Fokker 100 da TAM.
Tendo em vista todos os equívocos cometidos pela fonte do jornalista a ASAGOL vem a público repudiar tais colocações, que claramente carecem do devido conhecimento quanto ao nível da formação dos pilotos de linha aérea no país e as causas do citado acidente, fazendo-se necessário um esclarecimento ao jornalista, ao veículo pelo qual a matéria foi transmitida e à sociedade, utilizadora do transporte aéreo no país.
Cabe ressaltar que os treinamentos e avaliações periódicas às quais os pilotos brasileiros são submetidos desde a sua formação elementar seguem normas nacionais baseadas em recomendações da Organização da Aviação Civil Internacional (OACI).
A qualidade de sua formação e a sua proficiência reflete, inclusive, no reconhecimento de sua excelência operacional por empresas aéreas estrangeiras que notoriamente prezam pela disciplina de voo, em particular as asiáticas, europeias e do Oriente Médio, que regularmente realizam recrutamento no Brasil.
Não obstante a capacidade dos profissionais, deve-se destacar que a referência feita entre a proficiência no idioma inglês e a habilidade em cálculo não foram fatores contribuintes no citado acidente, como dado a entender pela matéria. O próprio G1, pertencente ao grupo controlador da rede de notícias da qual faz parte a Globo News, publicou em 2006 matéria que atesta as reais causas do acidente e pode ser lida no endereço
Isto colocado, reforçamos o compromisso dos aeronautas brasileiros com a segurança de voo, zelando acima de tudo pela integridade das operações, das aeronaves e de seus tripulantes e passageiros.
Diretoria da ASAGOL
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